quarta-feira, 31 de março de 2010
domingo, 28 de março de 2010
sábado, 27 de março de 2010
sexta-feira, 26 de março de 2010
segunda-feira, 22 de março de 2010
José Carlos Vasconcelos
À beira do precipício
O lado secreto do evidente
O que vê qualquer um e afinal não.
Tudo que está entre nós e nós cegos:
A luz do lugar, da visão, comum.
Trazer à tona, à tela, essa luz,
Essa invisível poderosa teia,
Janela que nos rodeia e seduz.
Eis, pois, meu ofício: salvar a rosa.
Salvar, raça em extinção, a baleia.
O poema à beira do precipício.
domingo, 21 de março de 2010
A sign of time
I lost my life, forgot to die
Like any man, a frightened guy
I'm keeping memories inside
Of wounded love
But I know
I'm more than sad and more today
I'm eating words too hard to say
A single tear and I'm away
Away and gone
I need you
So far from hell, so far from you
Cause heaven's hard and black and gray
You're just a someone gone away
You never said goodbye
Why, lover why ?
Why do flowers die ?
Why, lover why ?
Everytime
I hear your voice, you heard my name
You built the fire, wet the flame
I swim for life, can't take the rain
No turning back
I need you
So far from hell, so far from you
Cause heaven's hard and black and gray
You're just a someone gone away
You never said goodbye
Why, lover why ?
Why do flowers die ?
Why, lover why ?
Why, lover why ?
Why do flowers die ?
Why, lover why ?
sábado, 20 de março de 2010
sexta-feira, 19 de março de 2010
Narcisismo quanto basta
"O Alquimista pegou num livro que alguém na caravana tinha trazido. O volume estava sem capa, mas conseguiu identificar o seu autor: Óscar Wilde. Enquanto folheava as suas páginas, encontrou uma história sobre Narciso.
O Alquimista conhecia a lenda de Narciso, um belo rapaz que todos os dias ia contemplar a sua própria beleza num lago. Estava tão fascinado por si mesmo que certo dia caiu dentro do lago e morreu afogado. No lugar onde caiu, nasceu uma flor, que chamaram de narciso.
Mas não era assim que Óscar Wilde acabava a história.
Ele dizia que quando Narciso morreu, vieram as Oréiades – deusas do bosque – e viram o lago transformado, de um lago de água doce, num cântaro de lágrimas salgadas.
- - Por que choras? – perguntaram as Oréiades.
- - Choro por Narciso – disse o lago.
- - Ah, não nos espanta que chores por Narciso – continuaram elas. –Afinal de contas, apesar de todas nós corrermos atrás dele pelo bosque, tu eras o único que tinha a oportunidade de contemplar de perto a sua beleza.
- - Mas Narciso era belo? – perguntou o lago.
- - Quem mais do que tu poderia saber disso? – responderam, surpresas, as Oréiades. – Afinal de contas, era nas tuas margens que ele se debruçava todos os dias.
O lago ficou algum tempo silencioso. Por fim, disse:
- - Eu choro por Narciso, mas nunca tinha percebido que Narciso era belo. Choro por Narciso, porque todas as vezes que ele se debruçava sobre as minhas margens eu podia ver, no fundo dos seus olhos, a minha própria beleza reflectida.
- Que bela história – disse o Alquimista.
-
COELHO, Paulo, O alquimista, 1996, Pergaminho, Lisboa, pág. 19 e 20.