quarta-feira, 21 de outubro de 2009
Pintando acrílicos com espátula
sábado, 17 de outubro de 2009
Óbidos
sexta-feira, 16 de outubro de 2009
Infância
quarta-feira, 14 de outubro de 2009
A necessidade da abstracção
“Uma pintura é o reflexo mais pessoal de cada ser, das suas emoções e do seu carácter. Nalgum ponto das nossas carreiras como pintores alcançamos este patamar, mas para lá chegar, um longo caminho teve de ser percorrido.
Todos nós começamos por aprender as técnicas e regras da pintura para as podermos usar de modo a representar a realidade de forma tão “genuína” quanto nos for possível, numa superfície plana. Mais cedo ou mais tarde chega o momento em que ficamos cansados disso, e é aí que iniciamos as nossas pesquisas. Decidimos, então, abandonar todas as regras da pintura e descobrir que existe um mundo completamente diferente de pintar: o da abstracção. Compreendemos o que é a verdadeira liberdade e lançamos os fundamentos de uma pintura expressiva: liberdade, espontaneidade, ausência de limites.
Torna-se, então evidente, que não temos nenhuma necessidade nem desse mundo exterior, nem da realidade, para nos podermos expressar, e que, na verdade a realidade até possui um efeito condicionador.
O momento em que deixei “partir” a realidade constituiu para mim a libertação. Simultaneamente, apercebi-me que tinha chegado ao ponto em que o meu trabalho era um reflexo da minha pessoa, que este tinha origem no mais profundo do meu ser.
Posso garantir que cada obra que é criada com esta orientação é um reflexo directo de mim, enquanto ser humano, das minhas emoções, da minha personalidade.
Para mim é gratificante saber que tudo isto é único, individual, que é exactamente aquilo que sou.”
Tradução livre de
Vliet, Rolina van, The Art of Abstract Painting, Search Press, 2009, pág. 3
terça-feira, 13 de outubro de 2009
Pintando abstractos
Quero utilizar capacidades como a liberdade, a criatividade, a imaginação ou a espontaneidade. Desejo, por exemplo, partir para uma tela sem nenhuma ideia pré-concebida sobre o produto que irá resultar e ir, gradualmente, construindo o trabalho, seguindo em frente, recuando, numa palavra: ajustando o caminho, tendo em vista que “o caminho faz-se caminhando”.
Foi assim que nasceu o quadro que apresento (a imagem está um pouco afastada da realidade porque o trabalho já se encontra emoldurado e não consegui eliminar o problema dos reflexos; tentei colocá-lo em diferentes posições para minimizar a questão. Resolvi apresentar a imagem mesmo assim).
- Comecei por elaborar três áreas com manchas de cor e sem contorno entre elas.
- Seguidamente trabalhei com pincel, mesclando as tintas. Não gostei do efeito.
- Optei (com o acrílico ainda húmido) por prosseguir à espátula, mesclando as tintas, trabalhando do claro para o escuro e vice-versa, de forma a colocar fragmentos de cada cor na sua vizinha.
- Depois de alguns acertos, de alguns avanços e recuos parei. Afastei-me do cavalete, ponderei as manchas obtidas, fiz pequenas correcções e o trabalho surgiu.
Alcida Maria, 2009
Acrílico sobre papel; 54cm x 44 cm
Corrida de motos
domingo, 11 de outubro de 2009
A propósito de colagens
quarta-feira, 7 de outubro de 2009
Colagem
terça-feira, 6 de outubro de 2009
Offenbach
(1819-1880)
Compositor francês de origem alemã, Jacques Offenbach nasceu em Colônia a 20 de junho de 1819. Filho de um cantor de sinagoga, foi para Paris ainda jovem, mas não se destacou nos estudos musicais que fez como compositor. Mesmo assim, estudou violoncelo no conservatório durante um ano (1833).
Entrou em seguida para a orquestra da Ópera Cômica. Foi chefe de orquestra do Teatro Francês e, depois, fundou o Bufê Parisiense (1855). Compôs uma série de operetas de enorme êxito popular, sendo famoso nos anos de 1860 à 1880.
Viveu os últimos anos de vida em penosa solidão, compondo a sua obra mais ambiciosa, que apenas seria estreada após sua morte. Offenbach morreu em Paris a 5 de outubro de 1880.
Suas obras, cheias de imaginação musical, verve rítmica e humor burlesco, refletem o ambiente da sociedade do II Império na França. A música de Offenbach, foi cultivada sempre no sentido de tornar-se cada vez mais pessoal.
Offenbach compôs de início cançonetas, sobre paródias de textos clássicos. Mas, já em 1847, sua Canção de infortúnio, para o poema Le Chandelier, de Alfred de Musset, é música mais séria. Em pleno apogeu do II Império, da vida parisiense alegre e irreverente, o compositor tornou-se popular por uma série de operetas, particularmente após tornar-se do teatro Bouffes-Parisiens. Destacam-se dessa época suas operetas Orfeu no inferno (1858), paródia espirituosa de Gluck, A ponte dos suspiros (1861), O brasileiro (1863) e A bela Helena (1864).
Nas composições citadas, predomina o espírito burlesco e irreverente do cancã, que culmina em sua opereta A vida parisiense (1866). Várias obras importantes de Offenbach, apresentadas em seguida, são hoje injustamente esquecidas: A grã-duquesa de Gerolstein (1867), La Périchole (1868), A princesa de Trebizonda (1868) etc. São obras cômicas, mas também fantásticas, que irradiam uma atmosfera mágica de absurdo divino.
A mais conhecida das obras de Offenbach é a ópera Os contos de Hoffmann (1881). Nela, o autor abandona a frivolidade ou ligeireza, característica da maioria de suas operetas, e procura captar a atmosfera romântica dos contos de E.T.A. Hoffmann. Intitulada ‘ópera fantástica’, sua orquestração e recitativos adicionais são de Ernest Guiraud, que nela inclui a peça mais popular do compositor: a barcarola, retirada da opereta As ninfas do Reno (1864). Embora alguns críticos a censurem como excessivamente operística, Os contos de Hoffmann possui uma qualidade evocativa, uma atmosfera quase onírica. A obra continua no repertório. Offenbach compôs ainda pantomimas e o balé A borboleta (1860).
http://www.classicos.hpg.ig.com.br/offenbac.htm
segunda-feira, 5 de outubro de 2009
Louis Armstrong What a Wonderful World
Louis Armstrong
I see em bloom..... for me and for you
And I think to myself.... what a wonderful world.
I see skies of blue..... clouds of white
Bright blessed days....dark sacred nights
And I think to myself .....what a wonderful world.
The colors of a rainbow.....so pretty ..in the sky
Are also on the faces.....of people ..going by
I see friends shaking hands.....sayin.. how do you do
Theyre really sayin......i love you.
I hear babies cry...... I watch them grow
Theyll learn much more.....than Ill never know
And I think to myself .....what a wonderful world
(instrumental break)
The colors of a rainbow.....so pretty ..in the sky
Are there on the faces.....of people ..going by
I see friends shaking hands.....sayin.. how do you do
Theyre really sayin...*spoken*(I ....love....you).
I hear babies cry...... I watch them grow
*spoken*(you know their gonna learn
A whole lot more than Ill never know)
And I think to myself .....what a wonderful world
Yes I think to myself .......what a wonderful world.
domingo, 4 de outubro de 2009
Colagem
Semicerrando os olhos e sentindo o texto de Virgínia Woolf
“Quanto a ele, continuava lá em cima na sua rocha, como um náufrago em cima de uma rocha. Inclinei-me na amurada do barco e caí ao mar, pensou ele. Mergulhei até ao fundo. Estive morto e, no entanto, estou agora vivo, mas deixai-me descansar, implorou (...). E tal como de madrugada chilreiam os pássaros e chiam as rodas dos carros, em estranha harmonia, até que, num crescendo, fazem com que a pessoa que dorme se sinta arrastada para as praias da vida, igualmente se sentia ele arrastado em direcção à vida, porque o sol era agora mais quente, soavam mais fortes os gritos, e algo de tremendo estava para acontecer.
Só precisava de abrir nos olhos; mas sentia neles um peso, um terror. Ergueu-se com esforço, olhou para baixo e viu Regent’s Park à sua frente. Longas tiras de sol acariciavam-lhe os pés. As árvores ondulavam, acenando com os seus ramos. Damos as boas-vindas, parecia dizer o mundo, aceitamos, criamos. Beleza, parecia o mundo dizer. E como que para o provar (cientificamente), para onde quer que ele olhasse – casas, gradeamentos, antílopes esticando o pescoço por cima das cercas – a beleza jorrava de forma instantânea. Observar uma folha estremecendo à passagem do vento era por si um delicado prazer. Muito lá em cima, no céu, as andorinhas juntavam-se, apartavam-se, arrojavam-se para um lado, para outro, em círculos, mas sempre em movimentos perfeitamente controlados, como se estivessem presas por elásticos; as moscas que subiam e desciam; e o sol, galhofeiro, bem-disposto, incidia ora numa, ora noutra folha, ofuscando-as com o seu delicado ouro; ouvia-se, a espaços, um tinido harmonioso (talvez uma buzina de automóvel) soando entre as ervas altas – e tudo isso, na tranquila sensatez em que surgia, composto como era de coisas comuns, constituía agora a verdade; a beleza constituía agora a verdade; a beleza coincidia com a verdade. A beleza estava por toda a parte.
“Está na hora”, disse Rezia.
A palavra “hora” irrompeu da sua casca, derramando sobre ele as suas riquezas. E dos lábios dele saíram como conchas, como aparas de uma plaina, sem que ele fizese nada por isso, palavras rígidas, brancas, imortais, que voavam ao encontro do lugar que lhe correspondia numa ode ao tempo; uma ode eterna ao Tempo.”
Virgínia Woolf, "Mrs. Dalloway", Relógio d’Água Editores, Lisboa, 2004, pág 80-81
sábado, 3 de outubro de 2009
Ao sabor do acaso
O trabalho que a seguir apresento teve uma construção interessante. Partiu de dois eixos oblíquos feitos com manchas em carvão aglutinado. Seguidamente, e completamente ao acaso, fui aplicando giz de cor e pastel seco. Quando não gostava do efeito, apagava. Isto aconteceu algumas vezes e, inesperadamente, comecei a visualizar um rosto. A tarefa seguinte foi dar um pouco de forma a esse rosto (intencionalmente sem qualquer grau de pormenor), trabalhar as manchas de cor, criar o arco vermelho à volta da cabeça e a forma azul que se prolonga para dentro da figura formando a boca. Para terminar uma pequena “brincadeira” à volta dos olhos para os destacar do conjunto, de forma o menos gritante possível.
Alcida Maria, "A raiz da tristeza", 2009
Técnica mista:carvão e pastel seco
42 cm x 60 cm